A Casa de Cultura Itaim Paulista localizada na Zona Leste de São Paulo.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
quinta-feira, 12 de maio de 2011
13 de Maio, "Abolição da Escravidão"
Negritude
Ouço o eco gemendo,
Os gritos de dor,
Dos navios negreiros.
Ouço o meu irmão,
Agonizando a fala,
Lamentando a carne
Pisada,
Massacrada,
Corrompida.
Sinto a dor humilhante,
Do pudor sequestrado,
Do brio sem arbítrio,
Ao longe atirado,
Morto e engavetado,
Na distância do tempo.
Dói-me a dor do negro,
Nas patas do cavalo,
Dói-me a dor dos cavalos.
Arde-me o sexo ultrajado
Da negra cativa,
Usada no tronco,
Quebrada e inservida,
Sem prazer de sentir,
Sem desejos de vida,
Sem sorrisos de amor,
Sem carícias sentidas,
Nos seus catorze anos de terra.
Dói-me o feto imposto ao negro útero virgem.
Dói-me a falta de registro,
do negro nunca visto
Além das senzalas,
No comer no cocho,
No comer do nada.
Sangra-me o corte na pele,
Em abertas feridas,
De dores doídas,
No estalo da chibata.
Dói-me o nu do negrinho
Indefeso escravozinho,
Sem saber de razões.
Dói-me o olho esbugalhado,
No rosto suado,
No medo cravado,
No peito do menino.
Dói-me tudo e sobre tudo,
O imporque do fato.
Meus pesâmes sinceros a mentira multicolor da Princesa Isabel
Mas contudo,
Além de tudo
E muito mais por tudo,
Restou-me invulnerável,
Um imutável bem:
Ultrajadas as raízes,
Negados os direitos,
Ninguém roubou-me o lacre da pele.
Nenhum senhor. Ninguém!!!
Geni Mariano Guimarães (Axé - Antologia Contemporânea de Poesia Negra Brasileira, Global Editora, Organização Paulo Colina).
Dos navios negreiros.
Ouço o meu irmão,
Agonizando a fala,
Lamentando a carne
Pisada,
Massacrada,
Corrompida.
Sinto a dor humilhante,
Do pudor sequestrado,
Do brio sem arbítrio,
Ao longe atirado,
Morto e engavetado,
Na distância do tempo.
Dói-me a dor do negro,
Nas patas do cavalo,
Dói-me a dor dos cavalos.
Arde-me o sexo ultrajado
Da negra cativa,
Usada no tronco,
Quebrada e inservida,
Sem prazer de sentir,
Sem desejos de vida,
Sem sorrisos de amor,
Sem carícias sentidas,
Nos seus catorze anos de terra.
Dói-me o feto imposto ao negro útero virgem.
Dói-me a falta de registro,
do negro nunca visto
Além das senzalas,
No comer no cocho,
No comer do nada.
Sangra-me o corte na pele,
Em abertas feridas,
De dores doídas,
No estalo da chibata.
Dói-me o nu do negrinho
Indefeso escravozinho,
Sem saber de razões.
Dói-me o olho esbugalhado,
No rosto suado,
No medo cravado,
No peito do menino.
Dói-me tudo e sobre tudo,
O imporque do fato.
Meus pesâmes sinceros a mentira multicolor da Princesa Isabel
Mas contudo,
Além de tudo
E muito mais por tudo,
Restou-me invulnerável,
Um imutável bem:
Ultrajadas as raízes,
Negados os direitos,
Ninguém roubou-me o lacre da pele.
Nenhum senhor. Ninguém!!!
Geni Mariano Guimarães (Axé - Antologia Contemporânea de Poesia Negra Brasileira, Global Editora, Organização Paulo Colina).
Por Pollyana Almië - Cia de Dança Afro Njo Ìmólè e Primeiro Comando Theatral.
domingo, 17 de abril de 2011
O que dizem os umbigos?
Dei uma escapada e fui com Sueli Kimura, ontem – 16/04 (sábado), ao Sarau “O que dizem os umbigos”, que prestou uma homenagem singela, mas comovedora, ao 26º aniversário do Centro Cultural do Itaim Paulista. Para mim é motivo de forte emoção sempre que volto a esta casa porque na década de 80, eu e Sueli fomos responsáveis, juntamente com dezenas de artistas e produtores culturais da região, pela conquista e implantação deste espaço de convivencia, tão importante para o desenvolvimento cultural do bairro.
A memória é curta. As novas gerações siquer imaginam a dimensão da mobilização popular e da luta que foi travada de 1980 a 1985, por 02 movimentos culturais que existiam no Itaim Paulista na época, a saber, o EADEC – Espaço Aberto para o Desenvolvimento Cultural, e o CAM – Cultura e Arte em Movimento, para que no dia 21 de abril de 1985 ocorresse a inauguração do centro cultural.
Fiz questão por isso, de efetuar no sarau de ontem, uma falação aos jovens presentes, informando e enaltecendo o elo histórico e o importante papel desempenhado pelo CAM e pelo EADEC na conquista do Centro Cultural do Itaim Paulista.
Ontem, no 26º aniversário do Centro Cultural, comemorei emocionado essa data falando o mesmo poema que falei no dia 21 de abril de 1985, no palco armado em frente à casa, que transcrevo abaixo:
cabelos do sol
nessa noite
quantos são os homens
que não dormem
de fome?
e quantos são os homens
que não dormem de medo
dos homens que não dormem
de fome?
pesa demasiado
sobre os ombros dessa noite
preces e presságios
e os quartéis todos
continuam de prontidão
- guardam lágrimas represadas
de órfãos esquecidos
e viúvas enlouquecidas
mas quantos são os homens
que dormem nessa noite?
juntar os sonhos, companheiros
todos os sonhos que estão perdidos
proibidos nessa grande noite, açoite
o vento, transformar em pedras
a voz em balas
e com todas as mãos juntas
agarrar os cabelos do sol
e com todas as mãos juntas
arrancar os cabelos do sol
e com todas as mãos juntas
amarrar os cabelos do sol
na cintura do povo.
akira yamasaki – 17/04/2011.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
O Sarau O que dizem os umbigos irá homenagear Noel Rosa, o grande poeta e sambista carioca que tirava de seus amores e desafetos grande inspiração para a composição de suas músicas. Noel Rosa dentre suas grandes músicas destacam-se Filosofia, gravada por vários intérpretes, Pierrô Apaixonado, marchinha de carnaval consagrada e Com que Roupa? samba sempre lembrado nas rodas de samba, dentre outras músicas eternas compostas por Noel.
Também será um dia de festa pois a Casa de Cultura do Itaim Paulista irá completar 26 anos de existência e nós faremos do sarau uma comemoração especial a este dia tão importante para nós que tambéms estamos escrevendo história da história da Casa.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Oficinas gratuitas na Casa de Cultura Itaim Paulista
Casa de Cultura Itaim Paulista promove oficinas gratuitas
Desenho de Moda
Circo
Ginástica
Maiores informações: 2963 2742
PARTICIPE!!
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